O telefone toca, toca e ninguém atende. Coisa estranha, sabiam de minha vinda e mesmo assim, algo mudou em 5 dias. Muita coisa mudou!
Viajar de ônibus já não é das melhores e chegar e não "ter o que fazer" também é ruim. Mas a viagem começou muito boa. Cheguei uns 20 minutos mais cedo na rodoviária de Taubaté e quando estava entrando ouvi alguns sons que me pareceram instrumentos musicais sendo tocados ali dentro. Fui, curioso, em direção ao som para saber o que estava acontecendo. Ao chegar no local vi
algumas cadeiras espalhadas em um espaço amplo, um rapaz sentado no meio de um palco improvisado com um cavaquinho à mão. Ao seu lado esquerdo um senhor usava uma boina e tocava um violão. Atrás deles, outras pessoas de pé segurando um tantã e outras com microfone na mão para cantar. Eis que o senhor de boina avisa: "Pessoal, iremos passar o som tocando Brasileirinha". Deixei minha mala cair no chão e fiquei atento ao ensaio do inusitado grupo formado por diversas gerações!O som do cavaquinho reverberou por todo o salão da rodoviária atraindo a atenção de outras pessoas! Um espetáculo singular, montado ali onde muitas pessoas passam todos os dias a caminho do trabalho ou de suas casas, sem se importar com o que está acontecendo a sua volta.
A segunda música foi um samba entitulado "A casinha pequenina". Não conhecia mas ouvir o trio e o senhor cantarem animou meu começo de noite! Gostei daquela animação toda e aquilo me fez ganhar a sexta-feira. Tive meus problemas cotidianos, frustrações pessoais e decepções com pessoas que eu contava, mas no final do dia, ao colocar minha cabeça no travesseiro, lembrei-me daquele grupo, lá naquela roda de samba na rodoviária de Taubaté em uma sexta-feira a noite.
Ô vontade que deu, ficar naquela roda de samba!
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